terça-feira, agosto 23, 2011

Carta ou "A valsa da vida"

Sento para lhe escrever. Primeiro acendo um cigarro.
O sol forte que entra pela janela queima minhas costas.
Dolorida. Dolorido, escrevo.
Penso em tudo que há pra dizer em tudo que não há.
Falar das novidades, dos encontros, ansiedade, da esperança.
Minha cabeça ferve. Os pensamentos são desalinhados pelo vento.
Súbito, uma preguiça. Nada há pra contar.
Quem dirá? De tudo que sabemos de tudo que foi previsto, revisto, traçado.
Lembro-me de uma frase de um autor que não me lembro.
“O coração tem razões que a própria razão desconhece”
Trago fundo. Gosto de menta e amargo, dizem que se apertar a bolinha verde no final fica mais forte.
O gosto. Quem precisa? Tô procurando suavidade.
O sol incomoda o calor também, o dia tá tão lindo que meus olhos se fecham. Sinto o suor na testa e palmas das mãos.
Queria contar do bonito. Da calmaria. Do sonho profundo e do sono raso.
Não consigo, metade do cigarro.
Quem diria? Que viver ia dar nisso? Os planos agora são outros.
A estrada mudou. Os pés um pouco mais cansados, mas e dai?
Enquanto houver amor há música.
E enquanto há música a gente dança.
Mesmo sem saber. Ligo o som e ensaio, pista vazia.
Eles vão chegar. Os convidados vestidos de sonhos.
A gente dança essa música.
Mais uma vez.

3 comentários:

Ricardo Perez disse...

Quem escreveu sobre razão e coração foi um pensador francês chamado Blaise Pascal, que viveu no século XVII. São dele também duas outras máximas que lembram você nestes novos dias:

“A maior fraqueza do homem é poder tão pouco por aqueles que ama.”

“Tudo o que é incompreensível nem por isso deixa de existir.”

Saudades, meu velho amigo!

Somnia Carvalho disse...

Não precisa ter medo... de dançar!
Nem de se comprometer com você mesmo e com os objetivos que o seu outro Ed te traça!

não é fácil dançar a valsa da vida... nada fácil... por isso aquele cara do seu livro passou a vida toda ensaiando... todo mundo só ensaia!

Somnia Carvalho disse...

esqueci de dizer: amei!