Peço-te com os olhos marejados: Toque-me.
Peço-te quase gritando enquanto rasgo meu vestido
Meu amor me toque.
Não esse toque carnal. Não esse toque sutil na pele
Que queima quando dois corpos se encontram.
Mas o toque profundo, profano
Desperte-me com teu veneno
Jogue em mim o seu mundo
Eu insisto
Amado, me toque.
Tira-me a máscara, profundo.
Diga-me coisas sujas e bonitas
Embala-me na tua música ruim
Me leve para o escuro
Desarrume meus cabelos
Mostre-me teu inferno
Toque-me.
Faça-me esquecer, querer, desejar
Morrer.
Mate-me
De amor que transborda, me faça cega.
Não me perca.
Eu lhe imploro
Envolva-me em tuas mãos, em teu colo de enganos.
Salve-me.
Antes que eu caia, que seja tarde demais me tire daqui.
Amado, me ame. Assim tão profundo.
Te peço.
Tem uma cena que não sai da minha cabeça. ela vestida de branco dança assim dolorida com uma taça de vinho na mão. Olha a cidade amanhecendo quinze andares abaixo. Ela sorri de olhos fechados. Ela sorri doendo. Uma gota de vinho vermelho nítido cai sobre o vestido branco. Abre os olhos e pensa "esse é so o começo do fim, baby".
quinta-feira, outubro 20, 2011
terça-feira, outubro 11, 2011
Um devaneio, Um som
Sempre haverá a música.
Sempre haverá o som.
Para aqueles dias em que o mundo fica diferente.
Em que o cinza cobre tudo.
E tudo fica ao contrário
Haverá sempre as notas e as cores que elas trazem.
Há o som.
Da chuva. A música que o sol traz.
Que o vento canta.
Que a noite leva.
Embala
Haverá sempre a música, meu amigo.
E enquanto houver, acredite.
No amor.
Essa roda que move o mundo
Tenha fé e depois de ouvir, de sentir.
De fechar os olhos
Dance, dance até o fim.
Sempre haverá o som.
Para aqueles dias em que o mundo fica diferente.
Em que o cinza cobre tudo.
E tudo fica ao contrário
Haverá sempre as notas e as cores que elas trazem.
Há o som.
Da chuva. A música que o sol traz.
Que o vento canta.
Que a noite leva.
Embala
Haverá sempre a música, meu amigo.
E enquanto houver, acredite.
No amor.
Essa roda que move o mundo
Tenha fé e depois de ouvir, de sentir.
De fechar os olhos
Dance, dance até o fim.
domingo, outubro 02, 2011
Um sonho que tive.
São dois.
Um menino, uma criança assustada, mimada, sozinha.
Que precisa voltar precisa correr, que tem pressa de crescer, de fugir, de amanhecer.
Uma criança que volta sempre.
Um demoninho pronto para fazer peripécias e depois chorar, fingir que não foi ele.
Que foi um outro.
Uma criança.
Passa o dia correndo, buscando, tentando achar desesperadamente esse tal tesouro do outro lado do horizonte.
Essa tal felicidade
Existe um velho, muito velhinho, sentado na varanda.
Cultivando lembranças.
Com um gosto amargo na boca
Farto da amargura da vida
Um velho ranzinza, mal humorado maldizendo o mundo e repetindo:
“No meu tempo”
Um velho mimado, sem pressa.
Frustrado cultivando orquídeas.
Lembrando uma vida que teve
Lamentando um tempo que não volta.
A criança e o velho vivendo juntos num abismo profundo
No escuro em mim.
Impedindo, jogando dados no tabuleiro.
Iludindo, persuadindo.
Impedindo o homem
De chegar.
De estar no controle.
Impedindo o homem
Que eu deveria ser.
Um menino, uma criança assustada, mimada, sozinha.
Que precisa voltar precisa correr, que tem pressa de crescer, de fugir, de amanhecer.
Uma criança que volta sempre.
Um demoninho pronto para fazer peripécias e depois chorar, fingir que não foi ele.
Que foi um outro.
Uma criança.
Passa o dia correndo, buscando, tentando achar desesperadamente esse tal tesouro do outro lado do horizonte.
Essa tal felicidade
Existe um velho, muito velhinho, sentado na varanda.
Cultivando lembranças.
Com um gosto amargo na boca
Farto da amargura da vida
Um velho ranzinza, mal humorado maldizendo o mundo e repetindo:
“No meu tempo”
Um velho mimado, sem pressa.
Frustrado cultivando orquídeas.
Lembrando uma vida que teve
Lamentando um tempo que não volta.
A criança e o velho vivendo juntos num abismo profundo
No escuro em mim.
Impedindo, jogando dados no tabuleiro.
Iludindo, persuadindo.
Impedindo o homem
De chegar.
De estar no controle.
Impedindo o homem
Que eu deveria ser.
Assinar:
Postagens (Atom)