domingo, junho 27, 2010

O Domingo no fim.

Saio pela rua na hora exata do amor.
Naquela hora que o dia ainda não acabou, mas, que já vai indo, um pouco antes do espetáculo do sol.
Nessa hora, exatamente, nas tardes de domingo.
Eu saio
E assim que coloco meus pés nas ruas sou envolvido por cores e sons que chegam de todos os lados.
E toda aquela gente, aquele tráfego, minha mente se desprende.
Perdida em meio a tanta mistura.
Então derreto
E vou virando tudo
Escorrendo por cada testa, cada mão, cada sarjeta e bueiro, debaixo dos pés.
Vou sugando
E tudo em mim
E eu volto pra casa. Tiro o óculos escuro. E decido.
Que talvez a outra metade me faça lembrar de tudo
Outra vez

segunda-feira, junho 21, 2010

Conte-me

Tudo agora significa nada.
O propósito onde está?
Este teu jeito de sentar no sofá
De sorrir sozinho ouvindo uma música
O jeito que você escuta o teu som
Como joga tua mochila depois de um dia de trabalho
As tuas mãos sob a água fria da pia
O que está pensando enquanto espera o copo encher de água?
O primeiro pensamento, quando a chave gira o trinco.
Da tua porta
Da tua casa
Da tua vida
Qual é o propósito?
O lugar onde deixa teus pensamentos
O que você desprende primeiro?
A gravata?
Tua garganta?
O que há no teu banho?
O que é que a água leva?
Quando tuas mãos tocam os seus cabelos molhados
O que há pra tirar?
O teu jeito exato de parar diante o espelho
O tempo que leva?
Para deixar que tudo se desfaça
O teu jeito de sentar, assim despretensioso
Para que?
Qual o propósito?
Diga-me antes que seja tarde
Antes que a comida chegue, que a novela comece, que o sono venha
Eu preciso saber se.