Havia o sol.
E sua luz
Foi uma gota, como pude notar mais tarde.
Que desceu suave pela minha testa, levando consigo um tanto de minha essência.
Desceu lenta, passando pelo canal da lágrima fazendo meus olhos arderem.
Tentei segura-la com a ponta da língua
Inútil esforço
Desceu um pouco mais feroz sobre meu peito.
E ali nasceu uma poça.
Uma poça de água cristalina.
Que logo foi empurrada para baixo molhando braços, mãos, dedos, meu sexo, pernas e pés.
E então pude ver um filete fino de água que descia pela sarjeta e ia aumentando a cada esquina.
E logo se transformou em córrego.
Um rio.
O mar.
Que inundou a cidade, cobriu os prédios mais altos e já não se distinguia o que era céu ou água.
E me dei conta de súbito, que eu era a própria gota.
Gota Viva
Visceral, intensa.
Eu era a gota, mais uma.
No oceano.
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