De repente me deu uma vontade do mar.
Do cheiro, das ondas, do vento, dos pés tocando a areia úmida.
Uma vontade de estar longe e em paz.
Da escuridão quando o mar e céu viram uma coisa só as três da madrugada.
Uma vontade do barulho.
E do silêncio que só o mar proporciona.
Deu uma vontade de tirar essa roupa
De não sentir mais a chuva
Dentro e fora.
O mar todo em mim. Nos meus cabelos
Na minha alma
Uma vontade do salgado nos olhos
Na boca
Do sol queimando a pele
Anunciando o novo
Lavando tudo.
Estar longe e para sempre
Estar em paz
Sentado, olhando a imensidão
Azul, negra ou verde.
O mar.
De não estar mais aqui.
De não ser mais esse.
Ser praiano
Ser dourado.
Ser leve.
Uma vontade de ficar sozinho dentro de uma noite estrelada.
O mar.
Uma vontade pulsante, vermelha, de me afogar.
Nas profundezas do teu mar sem fim.
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