quarta-feira, setembro 23, 2009

Do mais, nada demais

Ando tão afastado daqui
Das palavras
Dos sentimentos
Do gosto das coisas
Assim meio perdido, vago em mim
E me descubro
A cada dia um canto novo, que eu não conhecia, um olhar diferente no espelho antes de dormir.
Uma legião aqui dentro
Desconhecidos, inabitáveis, lugares escuros
Para onde eu tenho ido, em uma viagem sem volta
Ando por aí como se existisse uma fina camada de poeira sobre meus olhos que não me deixa ver claramente.
O sol da manhã (tão raro atualmente) queima minha pele branca
E apesar da chuva, da garoa, desses dias pesados, tenho tido noites quentes
Meu corpo em brasa
Manchando os lençóis
Todo dia quando acordo é preciso trocar a roupa de cama
O leito de um doente, a cama de amantes.
Nada disso
Eu
Apenas.
Sozinho em dias longos, em noites quentes, madrugadas silenciosas
Dentro de mim.
Uma auto descoberta
Sem fim
E sigo
Como se nada acontecesse
Mas te aviso:
Estou preste a explodir a qualquer momento
Assim
Como um vulcão.
Pelas paredes encardidas do apartamento claustrofóbico escorre uma lama densa, uma mistura de cores sons e mãos que me negam o afago.

Nenhum comentário: