segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Um banho qualquer

Apesar do dia quente encho a banheira de água morna
Só porque falta um dia para voltar para casa.
Estou cansado, meio desanimado e com a noite toda pela frente para pensar em coisas que nunca deveriam ser pensadas.
Jogo todo o pacote de sais comprado na lojinha de shopping. "Relaxante" foi o que disse a vendedora para me convencer a trazer quase um quilo.
Me deito. Coloco kings Of Convinience para ouvir. Abro o livro de Fernanda Young, o único que não li. Acho chato. Óbvio demais, repetido...
Vou relaxando... deixo o livro de lado. Quase esqueço o que estou fazendo aqui neste hotel onde tudo é impessoal demais, como qualquer hotel em qualquer parte do mundo.
Minha mente vai ficando vazia... o mundo parece ser composto pelo teto branco, a banheira cinza e minha unha do pé direito mal cortada.
Vou ficando mole demais olho a fumaça que vai invadindo o banheiro, é um cenário de um filme "b". Afinal qual personagem enche a banheira de água morna, quase quente, numa cidade com um clima como esse? Numa noite quente como essa?
Fato é que estou relaxado demais e meu corpo todo vai ficando mole... tudo parece não fazer sentindo algum, muito menos a unha mal cortada.
Suspendo meus braços... mente vazia...penso que sensação assim só sentia nos tempos de faculdade depois de queimar "um".
Ficava relaxado demais, e depois de toda a euforia inicial meu corpo todo se desfazia como se estivesse imerso em água morna e eu não tinha mais vontade de pensar em nada.
Derreto.
E assim derretido o mundo pode parar.
A sensação é boa. E apesar da noite quente, da vontade de voltar para casa, da carência afetiva, do cansaço, penso que seria bom fumar maconha.
Apesar dos trinta.

3 comentários:

Mauro disse...

Oi, Ed!
Li seus últimos posts. Gostei muito dos seus textos, seus poemas.
Cheios de verdade, de calor...
Parabéns pelo talento!
Bjus

Ed. disse...

obrigado mauro

fico feliz que tenha gostado!!!!

Vitor Pavao disse...

adoro seu cuidado com os detalhes z