Eu ainda sou um fardo pesado demais para você carregar.
Há ainda pedaços de carnes.
De outros, um passado recente.
Pedaços vermelhos sobre minha pele branca.
Acenda meu cigarro.
É claustrofóbico viver dentro de mim
Não esqueça tuas meias brancas
Sinto náuseas no escuro que me envolve
Tenho medo de dormir sozinho.
Encha meu copo, um último gole
Olhe para mim
Sei que sou resto de outras histórias
De todas que carrego comigo
Minhas costas doem
Não esqueça tua jaqueta jeans, tá frio.
Vivo aqui nesta floresta onde tudo ao meu redor está morto.
É a minha floresta particular.
Onde me perco.
Olha… Teu cd, não te esqueça. Vai precisar dele quando sair em disparada pela rua vazia
Quando estiver no semáforo fechado vai querer ouvir mais uma vez a música.
A nossa.
Não tente entender nada. São só palavras vazias.
Eu ainda fico um pouco mais.
É preciso estancar o sangue. É preciso não sentir medo.
Eu fico.
Saia devagar, não me diga nada. Beije minha testa.
E feche a porta.
Ficarei aqui sentado sobre os lençois brancos
Enquanto a parede azul atrás de mim desmorona…
Um comentário:
Ed, me dê finais felizes. Eles não acabam.
;-)
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