Cada minuto que passa sou tomada por um desespero absoluto.
Tanta coisa acontecendo dentro de mim
Tanta confusão
Tanta coisa que eu queria dizer.
Olho ao meu redor e um mundo de micro-coisas acontecem.
Um telefone toca, alguém acena, alguém fala ao telefone, uma carta é digitada, um e-mail enviado, um beijo, uma morte, um nascimento, uma caneta cai, uma folha é rasgada, um tapa na face, um gole no café quente, um suspiro, um choro, uma risada, um olhar perdido, uma freada, um sinal fechado, aberto, um corpo que cai.
Pressa, pressa, pressa.
Tudo acontece ao meu redor e eu inerte.
Suspensa. Intocável.
Pareçe que não estou aqui. Que não faço parte de nada disso.
As vezes sou apenas o que dizem por aí.
O banal que me preenche a mente, o corpo que seca
E eu queria escrever.
Queria que saísse assim de dentro de mim este nó
Esta angústia
Uma inquietação sem fim
Uma coisa que corrói por dentro.
Queria contar sobre isso
Essa inquietude...sabe?
Não, não sabe
O que te aflige? O que te aflige?
Me conta, o que te aflige?
Sinto essa coisa esse nó na garganta
Um feto?
Seria um feto que não nasce? um feto morto?
Será que você não vê?
Ou será que não é nada?
Mas porque então eu perco o sono?
Meu corpo arde
Minha cabeça dói?
É preciso sentar.
É preciso calar
Fazer silêncio.
Tá, respira...agora....
Preciso forçar o vômito
Acabar com a ânsia.
Enfiar bem fundo o dedo na garganta e puxar
Puxar tudo de uma só vez.
Este monstro. Essa força.
Me escuta. Me escuta não vá ainda.
Olha para mim
Sabe, teve um tempo que eu acreditei que eu era diferente, que algo especial estava guardado para mim.
Eu era uma menina eu acreditei que eu conseguiria
Minha história ia ser linda....
Tão linda.
Não foi, não é.....
Escuta, me escuta!
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